A postura da juíza, que em sua propaganda utiliza um tom de superioridade, remete ao comportamento de alguns arrogantes e presunçosos membros da magistratura, que, fora de suas funções judiciais, parecem esquecer que não estão mais presidindo audiências, mas sim buscando conquistar a confiança do eleitorado
A campanha eleitoral para a Prefeitura de Porto Velho ganhou novos contornos com a recente peça de propaganda veiculada pela candidata do MDB, a juíza aposentada Euma Tourinho. A ex-magistrada causou indignação nas redes sociais ao adotar uma postura arrogante e presunçosa, que, segundo críticos, desmerece não apenas seus adversários, mas também o próprio processo eleitoral.
Em sua propaganda, Euma Tourinho menospreza candidatos que, em sua visão, não têm a menor chance de ganhar a eleição. Contudo, o ponto mais polêmico do conteúdo foi o ataque direto à adversária Mariana Carvalho, a quem Tourinho se referiu de forma pejorativa como “Patricinha”. A linguagem utilizada não só desconsidera a trajetória política de Mariana, que já foi vereadora, deputada federal por duas legislaturas, candidata ao Senado com 270 mil votos, médica com doutorado em bioética e reitora de uma importante faculdade de Rondônia, mas também evoca um discurso machista, particularmente chocante vindo de uma mulher. Detalhe: Mariana pilota uma coligação que conseguiu unir 12 partidos.
A postura da juíza, que em sua propaganda utiliza um tom de superioridade, remete ao comportamento de alguns arrogantes e presunçosos membros da magistratura, que, fora de suas funções judiciais, parecem esquecer que não estão mais presidindo audiências, mas sim buscando conquistar a confiança do eleitorado. Euma Tourinho, em vez de apresentar propostas concretas para a cidade, preferiu dedicar seu tempo de propaganda a difundir um discurso de desqualificação, que nas redes sociais foi amplamente repudiado.
A peça publicitária de Euma também gerou comparações com as campanhas de Pablo Marçal e Tabata Amaral, ambos candidatos à Prefeitura de São Paulo. Marçal, conhecido por sua postura de avacalhação política, parece ter inspirado a juíza-candidata, que adotou uma estratégia semelhante ao trazer para Porto Velho um discurso de desprezo pelos adversários. Além disso, Euma Tourinho utilizou cartas de baralho em sua propaganda, uma referência clara à campanha de Tabata Amaral, que em São Paulo associa figuras políticas a ligações com o crime organizado.
A reação nas redes sociais não foi a esperada por Tourinho. Ao invés de atrair apoio, a candidata se viu alvo de críticas severas, com muitos internautas condenando sua postura e o tom de sua campanha. Para muitos, a juíza aposentada, que aparece nas pesquisas entre os últimos colocados, não só deixou de apresentar propostas relevantes, como também feriu a ética e o respeito ao adversário, valores fundamentais em qualquer disputa democrática.
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